Vida no Intercâmbio / Por Jana Santos
Publicado em 23 de Junho de 2021
Escolheu a cidade de Dublin na Irlanda como destino para o seu intercâmbio e está confuso em como funciona as divisões dos bairros e quais são seguros ou não para viver? Calma que é normal e a gente explica tudo para você.
Segundo o índice global da paz, a Irlanda foi classificada como o sexto país mais seguro para se viver da Europa, dito isso, de maneira geral roubos são escassos, sendo um pouco mais comum os furtos com os famosos batedores de carteira, isso significa que você pode relaxar e se sentir da disneylândia? Jamais!
Dublin é dividida em 24 diferentes regiões postais: os bairros de números ímpares estão localizados no lado norte do rio Liffey e os de números pares estão do lado sul.
Antigamente os moradores de classes média e alta viviam apenas na parte sul da cidade, enquanto as classes trabalhadoras moravam na parte norte. Essa divisão ainda hoje existe, por isso os bairros de forma geral do lado norte possuem valores mais baratos. Isso significa que não existem bairros bons por lá? Claro que não, com o crescimento da cidade existem bairros melhores e piores em ambas as partes, mas as melhores regiões acabam sim estando do lado sul.
Muitos estudantes ao chegar em Dublin preferem procurar acomodações no centro da cidade, mais conhecido como D1 do lado norte e D2 do lado sul, isso acontece porque são as áreas que a maioria das escolas estão localizadas e todo o comércio central, onde é possível fazer tudo andando e economizar com transporte.
A desvantagem de morar no centro, é que as acomodações costumam ser pequenas, mais antigas e caras e assim como a maioria das cidades, a região central acaba abrigando moradores de rua e os famosos “knackers” acabam perambulando mais por lá, o que pode tornar o ambiente menos seguro.
Os knackers também conhecidos como nanas, são pessoas de classe social mais baixa, normalmente formados por famílias beneficiadas pelo programa social do governo, eles ficam nas ruas pedindo cigarro ou dinheiro e alguns podem se comportar de maneira hostil, principalmente os adolescentes que costumam andar em grupos e às vezes realizam pequenos delitos, como o furto de bicicletas.
De modo geral, Dublin é uma cidade segura, ainda mais quando comparamos com a maioria das cidades do Brasil, porém, assim como qualquer lugar do mundo é necessário tomar cuidado e ficar alerta, sobretudo nas áreas centrais. É consenso que mesmo D1 abrigando muitos brasileiros, a região da Summerhill é uma área a se evitar, assim como algumas partes de D8 ao lado sul da cidade.
Embora não haja escolha certa, pois cada pessoa possui um perfil, preferir morar um pouco mais afastado do centro e utilizar transporte público como ônibus, luas ou dart pode garantir aos intercambistas melhor qualidade de vida, morando em um ambiente melhor e pagando menos no aluguel.
Os bairros de D4 e D6 por exemplo, estão em média 20 minutos de distância do centro de Dublin utilizando transporte e são regiões tranquilas, agradáveis e que você encontra tudo o precisa como pubs, restaurantes e supermercados. Um pouco mais distantes estão também D3, D9 e D14, bairros que abrigam muitas famílias.
Alguns bairros historicamente famosos que você pode evitar são: Summerhill, Mountjoy Square, Smithfield, Cabra, Tallaght, Crumlin, Finglas, Clondalkin, Blanchardstown, Ballyfermot e Dolphins Barn, mas não leve totalmente ao pé da letra, uma vez que muitas pessoas moram nestes lugares, inclusive intercambistas e nunca tiveram problemas.
Para tentar uma escolha mais assertiva, ao chegar em Dublin, faça uma pesquisa com pessoas que residam na região do seu interesse e visite os locais para observar como se sente em relação a segurança. É sempre bom lembrar que não é recomendado fechar a acomodação fixa ainda no Brasil, evitando assim também possíveis golpes e tomar cuidado ao andar à noite sozinho pela cidade, opte sempre que possível por utilizar táxi para volta de eventos noturnos, já que o transporte costuma não funcionar até muito tarde.
Qualquer problema que você tenha, não deixe de acionar a ajuda da polícia, conhecida como Gardai na Irlanda.